por Lucas Retondo – especialista em Startups
Quem deve ler este artigo?
- Empresários que querem transformar a sua empresa em um Startup
- Empreendedores que querem criar uma Startup do zero
- Executivos que querem aumentar a inovação dentro das suas organizações
- Pessoas curiosas que querem saber o que é a Startup Enxuta
Por que você deve ler este artigo?
Geralmente os fundadores de uma Startup calculam o tamanho da pista de decolagem com base no dinheiro disponível. O que é isso?
Como já falei em artigos anteriores da nossa série, o principal objetivo de uma Startup é encontrar um modelo de negócio repetível e escalável, ou seja, a pista de decolagem é quanto tempo a Startup pode sobreviver até encontrar este modelo de negócio sustentável.
Sim, saber fazer uma boa gestão das despesas é importante, porém o tamanho de pista de decolagem de uma Startup não deve ser mensurado dividindo dinheiro disponível pelo gasto mensal.
Quando o dinheiro está acabando, os empreendedores geralmente começam a cortar todos os tipos de despesas e acabam fazendo apenas a Startup falir mais devagar.
Logo, a forma certa de calcular o tamanho da pista de decolagem de uma Startup é quantificando o número de pivôs que ela ainda pode fazer.
Em outras palavras, é analisando quantas mudanças de estratégias ela pode fazer para testar novas hipóteses e encontrar o tão sonhado modelo de negócio repetível e escalável.
Portanto, uma Startup precisa encontrar formas de obter o mesmo volume de aprendizado validado com o menor custo e tempo para sobreviver e aumentar a sua pista de decolagem.
Se você quer evitar a armadilha de falir a sua Startup mais lentamente e aprender quando pivotar a sua Startup, leia este artigo até o fim. Boa leitura!
Quando devemos pivotar?
A decisão de pivotar ou perseverar não é fácil, normalmente as pessoas responsáveis por tomar esta decisão estão tão envolvidas com a Startup que os seus vieses cognitivos as impendem de tomar decisões racionais.
Por isso, para evitar ver o mundo com óculos cor de rosa, a decisão de perseverar ou pivotar exige que seja feita uma análise das métrica acionáveis para obter uma mentalidade clara e objetiva.
Quando os empreendedores se concentram em analisar as métricas certas da Startup os sinais se tornam mais evidentes a decisão de pivotar fica mais fácil.
Por exemplo, se as métricas da Startup estão melhoraram muito devagar e a eficácia dos experimentos está declínio, é hora de pivotar.
Ou ainda, se as métricas de crescimento não atingiram o patamar desejado e não há ideias promissoras de novos experimentos, também é hora de pivotar.
Normalmente, quando os gestores da Startup estão usando as métricas acionáveis certas, a sensação de que o desenvolvimento do produto deveria ser mais produtivo deixa evidente a necessidade de uma pivotagem.
Como tomar a decisão de pivotar?
A decisão de pivotar é sempre emocionalmente complicada, por isso é necessário ter uma abordagem estruturada e consistente.
Para isso é recomendado fazer reuniões periódicas para decidir em conjunto se a sua Startup deve perseverar ou pivotar.
Estas reuniões devem ser agendadas com antecedência e em intervalos adequados e regulares.
Geralmente, poucas semanas de intervalo é pouco tempo para estas reuniões, ao mesmo tempo, que muitos meses é muito tempo. Enfim, cada empresa deve procurar encontrar o seu melhor espaçamento entre as reuniões.
E mais, na reunião de perseverar ou pivotar, é obrigatória a participação das equipes de desenvolvimento de produto e comercial.
Porém, muitas vezes, é interessante incluir também pessoas de outras áreas e até consultores externos.
Durante a reunião, para tornar a discussão mais objetiva, a equipe de desenvolvimento deve levar para a reunião relatórios sobre os esforços de otimização do produto ao longo do tempo, e não somente do período anterior.
Além dos relatórios sobre esforços de otimização quantitativos, a equipe de desenvolvimento também deve mostrar na reunião comparações de como os experimentos atenderam ou não as expectativas.
Já a equipe comercial deve levar para a reunião relatórios detalhados sobre as suas conversas com clientes atuais e potenciais. Estes feedbacks também devem ser de todo o período e não somente os mais recentes.
Como os dados em mãos a decisão de perseverar ou pivotar se torna mais objetiva e assertiva por demonstrar claramente quais aspectos devem ser preservados e quais devem ser alterados.
Afinal, pivotar não significa jogar tudo fora e recomeçar do zero. Pelo contrário, pivotar trata-se de reposicionar o que foi desenvolvido e aprendido para uma direção mais positiva e promissora.
O que você aprendeu neste artigo?
Neste artigo você aprendeu a analisar quando uma Startup deve ou não pivotar.
Conforme comentei no artigo, não existe uma fórmula matemática para tomar a decisão de perseverar ou pivotar. Concordo que seria ótimo se existisse.
Infelizmente, não é possível excluir a subjetividade e sensibilidade humana na hora de tomar a decisão de perseverar ou pivotar.
No entanto, ao criar a cultura de analisar as métricas acionáveis de forma consistente, você irá perceber que esta decisão se tornará clara e evidente ao longo das reuniões.
E lembre-se, pivotar não significa começar tudo do zero, por isso no próximo artigo da série vou explicar quais são os tipos de pivotagem da Startup Enxuta. Até lá.
Dica:
Para aprender tudo sobre como a metodologia da Startup Enxuta consulte a página Startup Enxuta. Nela eu reuni e organizei todos os conteúdos blog relacionados ao tema.
Quem é Lucas Retondo?
Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.
Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.
No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.
Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.