Quando pivotar ou perseverar na Startup Enxuta?

 por Lucas Retondo – especialista em Startups


Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão. – William James

Quem deve ler este artigo?

  • Empresários que querem transformar a sua empresa em um Startup
  • Empreendedores que querem criar uma Startup do zero
  • Executivos que querem aumentar a inovação dentro das suas organizações
  • Pessoas curiosas que querem saber o que é a Startup Enxuta

Por que você deve ler este artigo?

Geralmente os fundadores de uma Startup calculam o tamanho da pista de decolagem com base no dinheiro disponível. O que é isso?

Como já falei em artigos anteriores da nossa série, o principal objetivo de uma Startup é encontrar um modelo de negócio repetível e escalável, ou seja, a pista de decolagem é quanto tempo a Startup pode sobreviver até encontrar este modelo de negócio sustentável.

Sim, saber fazer uma boa gestão das despesas é importante, porém o tamanho de pista de decolagem de uma Startup não deve ser mensurado dividindo dinheiro disponível pelo gasto mensal.

Quando o dinheiro está acabando, os empreendedores geralmente começam a cortar todos os tipos de despesas e acabam fazendo apenas a Startup falir mais devagar.

Logo, a forma certa de calcular o tamanho da pista de decolagem de uma Startup é quantificando o número de pivôs que ela ainda pode fazer.

Em outras palavras, é analisando quantas mudanças de estratégias ela pode fazer para testar novas hipóteses e encontrar o tão sonhado modelo de negócio repetível e escalável.

Portanto, uma Startup precisa encontrar formas de obter o mesmo volume de aprendizado validado com o menor custo e tempo para sobreviver e aumentar a sua pista de decolagem.

Se você quer evitar a armadilha de falir a sua Startup mais lentamente e aprender quando pivotar a sua Startup, leia este artigo até o fim. Boa leitura!


Quando devemos pivotar?

A decisão de pivotar ou perseverar não é fácil, normalmente as pessoas responsáveis por tomar esta decisão estão tão envolvidas com a Startup que os seus vieses cognitivos as impendem de tomar decisões racionais.

Por isso, para evitar ver o mundo com óculos cor de rosa, a decisão de perseverar ou pivotar exige que seja feita uma análise das métrica acionáveis para obter uma mentalidade clara e objetiva.

Quando os empreendedores se concentram em analisar as métricas certas da Startup os sinais se tornam mais evidentes a decisão de pivotar fica mais fácil.

Por exemplo, se as métricas da Startup estão melhoraram muito devagar e a eficácia dos experimentos está declínio, é hora de pivotar.

Ou ainda, se as métricas de crescimento não atingiram o patamar desejado e não há ideias promissoras de novos experimentos, também é hora de pivotar.

Normalmente, quando os gestores da Startup estão usando as métricas acionáveis certas, a sensação de que o desenvolvimento do produto deveria ser mais produtivo deixa evidente a necessidade de uma pivotagem.


Como tomar a decisão de pivotar?

A decisão de pivotar é sempre emocionalmente complicada, por isso é necessário ter uma abordagem estruturada e consistente.

Para isso é recomendado fazer reuniões periódicas para decidir em conjunto se a sua Startup deve perseverar ou pivotar.

Estas reuniões devem ser agendadas com antecedência e em intervalos adequados e regulares.

Geralmente, poucas semanas de intervalo é pouco tempo para estas reuniões, ao mesmo tempo, que muitos meses é muito tempo. Enfim, cada empresa deve procurar encontrar o seu melhor espaçamento entre as reuniões.

E mais, na reunião de perseverar ou pivotar, é obrigatória a participação das equipes de desenvolvimento de produto e comercial.

Porém, muitas vezes, é interessante incluir também pessoas de outras áreas e até consultores externos.

Durante a reunião, para tornar a discussão mais objetiva, a equipe de desenvolvimento deve levar para a reunião relatórios sobre os esforços de otimização do produto ao longo do tempo, e não somente do período anterior.

Além dos relatórios sobre esforços de otimização quantitativos, a equipe de desenvolvimento também deve mostrar na reunião comparações de como os experimentos atenderam ou não as expectativas.

Já a equipe comercial deve levar para a reunião relatórios detalhados sobre as suas conversas com clientes atuais e potenciais. Estes feedbacks também devem ser de todo o período e não somente os mais recentes.

Como os dados em mãos a decisão de perseverar ou pivotar se torna mais objetiva e assertiva por demonstrar claramente quais aspectos devem ser preservados e quais devem ser alterados.

Afinal, pivotar não significa jogar tudo fora e recomeçar do zero. Pelo contrário, pivotar trata-se de reposicionar o que foi desenvolvido e aprendido para uma direção mais positiva e promissora.


O que você aprendeu neste artigo?

Neste artigo você aprendeu a analisar quando uma Startup deve ou não pivotar.

Conforme comentei no artigo, não existe uma fórmula matemática para tomar a decisão de perseverar ou pivotar. Concordo que seria ótimo se existisse.

Infelizmente, não é possível excluir a subjetividade e sensibilidade humana na hora de tomar a decisão de perseverar ou pivotar.

No entanto, ao criar a cultura de analisar as métricas acionáveis de forma consistente, você irá perceber que esta decisão se tornará clara e evidente ao longo das reuniões.

E lembre-se, pivotar não significa começar tudo do zero, por isso no próximo artigo da série vou explicar quais são os tipos de pivotagem da Startup Enxuta. Até lá.

Dica:

Para aprender tudo sobre como a metodologia da Startup Enxuta consulte a página Startup Enxuta. Nela eu reuni e organizei todos os conteúdos blog relacionados ao tema.


Quem é Lucas Retondo?

Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.

Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.

No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.

Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.

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