Autocontrole

Autocontrole: uma competência que todo o líder deve ter!

 por Lucas Retondo – especialista em Startups


Por que todos os líderes devem ter autocontrole?

Coisas ruins acontecem com todas as pessoas, incluindo os líderes. Por isso, todos nós já experimentamos emoções ruins em casa e no trabalho.

Dado que nós não escolhemos as nossas emoções, elas ocorrem de forma involuntária. Só resta aos líderes eficientes a capacidade de controlar a forma como eles reagem a estas emoções, e isso se chama autocontrole.

Por exemplo, como você reage quando alguém te dá uma fechada no trânsito? Você sente raiva e vontade de gritar com esta pessoa, mas controla as suas emoções ou abre o vidro e começa a gritar e buzinar?

No dia a dia das empresas experimentar emoções negativas também é bastante comum e inevitável.

Por exemplo, como você se sente quando um colaborador comete um erro recorrente? Ou ainda, qual emoção você sente quando o seu chefe cancela um projeto ou iniciativa que você dedicou bastante tempo?

Acredito que bater à porta, gritar com as pessoas ou chorar não sejam as melhores formas de reagir a estas emoções, concorda?

Por isso, bons líderes demonstram autocontrole. Eles são capazes de controlar as suas emoções e respostas as situações e as outras pessoas.

Neste artigo vamos conhecer mais sobre os conceitos relacionados ao autocontrole, os seus benefícios e como desenvolvê-lo. Boa leitura!

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O que é autocontrole?

O autocontrole pode ser definido de várias maneiras, o sentido mais básico diz que é a capacidade do indivíduo de controlar o seu comportamento, emoções e pensamentos na busca de objetivos de longo prazo.

Em outras palavras, autocontrole significa pensar antes de agir. Ou seja, ele reflete a nossa capacidade de dar a volta por cima após as decepções e de agir de maneira coerente com nossos valores mais profundos.

Mais especificamente, o autocontrole emocional refere-se à nossa capacidade de gerenciar as emoções e reações. Em inglês o termo usado é traduzido literalmente para autorregulação, mas aqui no Brasil o termo mais usual é autocontrole.

A capacidade de se autocontrolar tem raízes no nosso desenvolvimento durante a infância. Aprender a se autocontrolar é uma habilidade importante que as crianças aprendem na fase das birras.

Em essência, o autocontrole reflete a nossa capacidade de enfrentar ameaças emocionais, sociais e cognitivas do ambiente com paciência e consideração.


Qual a importância do autocontrole na liderança?

Ter autorregulação envolve fazer uma pausa entre o sentimento e a ação. Na liderança significa dedicar um tempo para pensar, elaborar um plano, agir e esperar pacientemente o resultado.

É fácil ver como a falta de autocontrole causa problemas na liderança. Um líder com baixo autocontrole geralmente age de forma imprevisível e não tem autoconfiança e autoestima.

Com isso, ele passa a ter dificuldade em lidar com o estresse e a frustração. Desta forma, o líder acaba reagindo a pressão do cargo de forma inadequada.

Líderes com baixo autocontrole criam uma atmosfera tensa e às vezes tóxica quando são pressionados. Por não controlarem as suas emoções, eles perdem o foco na solução e acabam culpando os outros pelo seu fracasso.

Por outro lado, líderes com bom autocontrole identificam as suas emoções, controlam as suas reações e definem um plano de ação. Eles assumem a responsabilidade e controle pelos seus resultados.

E mais, o autocontrole também é importante na medida em que permite que o líder aja de acordo com seus valores e expresse as suas emoções de maneira apropriada.

Na sua forma mais básica, o autocontrole permite ao líder se recuperar dos fracassos e manter a calma sob pressão. Essas duas competências são capazes se impulsionar o seu sucesso mais do que outras habilidades técnicas.

Muitas vezes, a falta de auto-regulamentação é expressa em termos de raiva ou ansiedade. Em casos mais graves, este quadro pode ser diagnosticado como um transtorno mental.


Como desenvolver o seu autocontrole?

O primeiro passo para desenvolver o seu autocontrole é reconhecer que você não é refém dos seus sentimentos. Você sempre tem o poder de escolher a forma de reagir às situações.

Embora possa parecer que a escolha de comportamento está fora de seu controle, não é. Em todas as situações você sempre três opções de reação: absorver, evitar e atacar.

Sim, seus sentimentos influenciam na escolha da reação, mas você é mais do que esses sentimentos e pode escolher a sua reação se sair do modo automático.

Para isso você deve adquirir mais consciência sobre as suas emoções através do autoconhecimento e desenvolver a sua capacidade de controlá-las.

Use as dicas abaixo para se tornar um expert em dominar os seus sentimentos.

1. Torne-se consciente das suas emoções

Você costuma fugir de situações difíceis? Você sente raiva quando olha para determinadas pessoas? Você fica com ódio quando recebe algumas notícias?

Nos momentos de forte emoções, procure identificar quais são os seus sentimentos e restaure o seu equilíbrio concentrando-se em seus valores mais profundos.

Reconheça as suas emoções e procure ver a situação como um todo, pense além desse desconforto momentâneo.

Depois de controlar os seus sentimentos, aja de maneira consciente e alinhada aos seus valores.

Se você tiver dificuldade em identificar as suas emoções, monitore seu corpo para obter pistas sobre como você está se sentindo.

Por exemplo, quando o seu coração aumenta rapidamente os batimentos pode ser um sinal de que você está entrando em um estado de raiva ou ansiedade.

2. Aguarde 24 horas

Ao invés de responder um e-mail agressivamente ou falar com uma pessoa quando estiver com raiva, recue e tire um dia para absorver a situação.

Mostrar a sua raiva não fará você se sentir melhor. Pelo contrário, isso prolongará e aumentará a sua raiva.

Por outro lado, ao parar um tempo para pensar sobre a situação, você poderá ver as coisas mais claramente.

Ao dar um tempo você se sentirá melhor sobre a situação e poderá elaborar um plano para comunicar melhor os seus sentimentos.

3. Identifique os seus gatilhos emocionais

Quais são as situações que tiram você do sério? O que faz você perder o controle e reagir de forma agressiva?

Quando você tiver uma reação exagera ou inadequada, reflita sobre qual foi o gatilho emocional que fez você mudar o seu comportamento.

Este gatilho emocional pode ser uma palavra que você ouviu, ou um comportamento da outra pessoa ou até mesmo um pensamento seu.

Depois de identificar o gatilho, pense em maneiras como você pode reagir de forma diferente, alterando seu comportamento e suas emoções.

Você ficará surpreso, ao plantar em seu cérebro maneiras diferentes de lidar com uma situação potencialmente difícil, você criará opções de reações positivas.

Na próxima vez que você passar pelo mesmo gatilho emocional é possível que você não mude o seu comportamento, mas você estará consciente e com a repetição será capaz de mudar a sua reação no futuro.

4. Planeje com antecedência

Considere possíveis situações que possam quebrar sua estabilidade emocional. Estas situações podem ser uma reunião importante, um encontro embaraçoso ou até uma tarefa que você acha ruim.

Em seguida, busque mudar o seu padrão emocional pensando nas coisas boas que estão relacionadas a estas situações e faça um planejamento de como você irá se comportar.

Pesquisas descobriram que planejar com antecedência pode melhorar a sua força de vontade mesmo em situações indesejadas.

5. Concentre em um objetivo de cada vez

Definir muitas metas de uma só vez é geralmente uma abordagem ineficaz. Esgotar sua força de vontade em uma área pode reduzir o autocontrole em outras áreas.

Por isso, é melhor escolher um objetivo específico e concentrar sua energia e ações nele.

Depois de atingir este objetivo e mudar os seus hábitos, você não precisará dedicar tanto esforço para mantê-los.

Neste momento você pode então usar seus recursos para alcançar outros objetivos e assim por diante.

6. Pratique a atenção plena

A atenção plena envolve ter consciência do momento presente através de exercícios práticos, como a respiração profunda e meditação.

Ao aumentar a sua atenção plena, você será capaz de controlar melhor as suas emoções, pois estará mais focado no momento presente.

Diversos estudos e pesquisas já demonstraram que a atenção plena tem um efeito positivo sobre as nossas emoções.

Quando vivemos o presente nos afastamos de pensamentos negativos e utilizamos mais o pensamento lógico.

7. Mude o seu padrão de pensamento

Reavaliação cognitiva é outra estratégia que pode ser usada para melhorar as suas habilidades de autocontrole. Essa estratégia envolve mudar seus padrões de pensamento.

Especificamente, a reavaliação cognitiva significa pensar sobre uma situação de outro ângulo que possa reduzir as emoções negativas.

Por exemplo, imagine que um amigo não retornou suas ligações ou mensagens por vários dias. Em vez de pensar que isso refletia algo negativo, como “meu amigo me odeia”, você pode pensar: “meu amigo deve estar muito ocupado”.

Algumas outras estratégias úteis para a autorregulação incluem aceitação e solução de problemas. Mas tome cuidado, existem também estratégias inúteis que as pessoas às vezes usam que incluem evitação, distração, supressão e preocupação. Fugir nunca é a melhor solução.

8. Busque ver o todo

Estudos demostraram que o pensamento abstrato e global aumenta o propósito e autocontrole.

Ou seja, as pessoas são mais propensas a exercer autocontrole quando veem a floresta com um todo ao invés de focar somente nas árvores.

Quando as pessoas ficam presas as tarefas específicas, as ações passam a não fazer muito sentido e a chance de você perder o controle e vontade é maior.

Por exemplo, ao trabalhar em um projeto de longo prazo, é fácil ficar frustrado com a quantidade de pequenas etapas necessárias para chegar até a conclusão.

Em vez de focar somente nas etapas, você deve se lembrar periodicamente do objetivo final e medir o seu avanço.

Desta forma é mais provável que você tenha motivação para continuar se desenvolvendo e trabalhando nas etapas.

Por isso, ao iniciar a sua jornada de desenvolvimento de autocontrole, lembre regularmente sobre os benefícios que você terá ao controlar melhor as suas emoções e comemore os pequenos avanços para evitar o desânimo.


Conclusão sobre o autocontrole

A partir do momento que você assumir que é responsável pelas suas reações, você começará a se autocontrolar com mais frequência, e isso se tornará um modo de vida para você.

O desenvolvimento de habilidades de autorregulação aumentará sua resiliência e capacidade de enfrentar as circunstâncias difíceis da vida.

No entanto, se achar que não é capaz de se autorregular, considere visitar um profissional de saúde mental. Um tratamento médico pode ser útil para implementar estratégias específicas para sua situação.

E lembre-se, autocontrole não significa não sentir emoções ou ser passivo a elas. Pelo contrário, ter autocontrole significa reconhecer as suas emoções e usá-las da melhor forma possível.

E parabéns, se você chegou até aqui, você está no caminho certo. Uma das competências mais importantes de um líder é aprender continuamente.

Não esqueça de deixar as suas dúvidas e sugestões nos comentários. Eu quero muito saber o que você achou deste artigo.

Muito obrigado e até a próxima.

Dica:

Para aprender tudo sobre inteligência emocional consulte a página liderança. Nela nos reunimos todos os conteúdos blog relacionados ao tema.


Quem é Lucas Retondo?

Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.

Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.

No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.

Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.

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