Por que a Startup Enxuta é melhor que os métodos tradicionais?

 por Lucas Retondo – especialista em Startups


Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis. – René Descartes

Quem deve ler este artigo?

  • Empresários que querem transformar a sua empresa em um Startup
  • Empreendedores que querem criar uma Startup do zero
  • Executivos que querem aumentar a inovação dentro das suas organizações
  • Pessoas curiosas que querem saber o que é a Startup Enxuta

Por que você deve ler este artigo?

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), cerca de 25% das empresas fecham antes de completar dois anos.

E pior, o índice de empresas que fecham sobe para 60% se aumentarmos o período da análise para cinco anos. Isso mesmo, a cada 10 empresas, 6 deixam de existir no período de cinco anos.

Mas por que isso acontece?

Geralmente essa triste realidade brasileira é associada a falta de planejamento.

Mas como fazer um planejamento adequando em um mundo em constante mudança? Como saber se o seu plano está correto antes de investir tempo e dinheiro em um novo produto ou negócio? Como saber se a sua empresa está no caminho correto?

Para responder estas perguntas e reduzir o risco na abertura de qualquer tipo de empresa a metodologia da Startup Enxuta é a melhor alternativa.

Através da sua abordagem experimental embutida no pensamento enxuto, é possível testar a aceitação de um novo produto antes mesmo de investir e do primeiro lote de fabricação ficar pronto.

Neste artigo vou comparar as diferenças entre o método tradicional de criação de novos produtos com a metodologia da Startup Enxuta e destacar as suas principais diferenças. Boa leitura!


Como criamos produtos no método tradicional?

Existem muitos métodos para a criação de novos produtos ou empresas. Apesar da grande variedade de nomes, praticamente todos eles trabalham com a lógica abaixo:

  1. Identifique o que deve ser feito
  2. Elabore um projeto detalhado
  3. Execute o projeto e crie a primeira versão do produto
  4. Teste a primeira versão do produto
  5. Tente vender o máximo possível

A princípio, esta forma linear de criar novos produtos e empresa parece ser bastante intuitiva, por isso, a maioria das pessoas a adota. Porém ela carrega uma grave falha estrutural.

O problema começa já na etapa 1 onde os engenheiros e designers se reúnem para identificar o que deve ser feito.

Em um ambiente de grandes incertezas com no lançamento de um novo produto, identificar o que fazer na verdade é imaginar o que deve ser feito, ou seja, é levantar algumas suposições do que fazer. Nada além disso.

Daí, na etapa seguinte, com o modelo tradicional, nós pegamos estas suposições e criamos um projeto complexo cheios de detalhes.

Em outras palavras, começamos a criar soluções para problemas imaginários, que existem somente no mundo das suposições.

E pior, depois de alucinar com problemas e soluções, na etapa 3 investimos tempo e dinheiro para criar um produto baseados nestas alucinações.

Isso mesmo, somente na penúltima etapa, depois de ter gasto muito tempo e dinheiro, nós finalmente podemos verificar se as nossas suposições são de fato realistas através dos primeiros testes.

No entanto, como estamos superconfiantes, não fazemos os testes pensando em melhorar o produto.

Pelo contrário, fazemos os testes para procurar bugs, pois nesta altura do campeonato temos certeza que o nosso produto é o melhor.

Daí vem a última etapa, quando tentamos vender o máximo possível do novo produto.

E muitas vezes, nesta etapa nós temos uma grande decepção, ninguém se interessa em comprar o nosso produto.

Os clientes simplesmente não entendem a genialidade do nosso produto. Eles são burros e não sabem usar todas as funcionalidades que nós criamos para resolver os seus problemas.

E depois de muita insistência e poucas vendas, somos obrigados a tomar uma decisão, desistir do novo produto e reiniciar um novo ciclo e continuar gastando mais dinheiro e tempo no produto criado.


Por que o método tradicional é mais arriscado?

Quando criamos novos produtos ou empresas com o modelo tradicional acima, usamos suposições para criar os projetos e planos.

Por mais pesquisas que façamos, não temos como ter certeza sobre o comportamento do cliente até começar a vender o produto na última etapa do processo.

Portanto, por mais que a nossa capacidade de planejamento seja alta, não temos certeza se estamos no caminho correto.

Como estamos no mundo de hipóteses, muitas vezes fazemos um bom plano, executamos este plano com perfeição e não chegamos onde queremos.

Daí nos perguntamos, onde foi que erramos?

Em um mundo cheio de incertezas, validar se estamos no caminho certo em ciclos curtos é mais seguro do que investir em um plano de longo prazo baseado em suposições, concorda?

Por isso, o método tradicional é arriscado e geralmente põem as probabilidades de sucesso contra você.

Mas como podemos reduzir os riscos na criação de novos produtos?

A melhor alternativa que temos hoje é a metodologia da Startup Enxuta que falarei a seguir.


Como a Startup Enxuta cria novos produtos?

Ao invés de dedicar meses em planejamento e pesquisa, empreendedores com pensamento enxuto entendem que no primeiro dia tudo que se tem são hipóteses a serem testadas.

Por isso, ao invés de escrever planos de negócios complexos, os adotantes do pensamento enxuto organizam todas as usas suposições, criam experimentos e testam as suas hipóteses.

Para isso eles vão para a rua e perguntam para seus potenciais clientes e parceiros o que eles acham das suas ideias.

Eles criam produtos simples que resolvam o maior problema dos clientes e tentam vender antes menos de inserir todas as funcionalidades previstas.

Durante o processo de criação, a prioridade destes empreendedores não é ter o produto perfeito, e sim aprender como construir um produto perfeito.

Para isso eles usam os feedbacks de clientes reais para identificar oportunidades e tornar o seu produto ideal para eles.

Em outras palavras, ao invés de imaginar o que os clientes desejam, empreendedores adotantes da Startup Enxuta transformam as suas hipóteses em fatos através de experimentos simples e rápidos.

Desta forma, o planejamento é revisto e melhorado constantemente, criando um círculo virtuoso de feedback e aprendizado.

Mas como colocar a metodologia da Startup Enxuta em prática?

Para descobrir continue lendo os artigos desta série onde vou explicar passo a passo da metodologia.


Porque a Startup Enxuta diminui os riscos?

Graças a sua dinâmica de experimentar e aprender em ciclos curtos, os empreendedores que adotam a metodologia da Startup Enxuta reduzem o investimento de tempo e dinheiro quando comparado aos métodos tradicionais.

O propósito do pensando enxuto é eliminar todos os tipos desperdícios, ou seja, o foco é concentrar todos os esforços em coisas que o cliente valoriza, o resto é desperdício.

Com a metodologia da Startup Enxuta o empreendedor é incentivado e testar as suas hipóteses através de um mínimo produto viável (MPV) com os clientes.

Um bom MPV é capaz de avaliar o comportamento real dos clientes, transformando assim as hipóteses em fatos ou refugando-as.

Desta forma é possível fazer um planejamento minucioso, passo a passo, baseado em fatos e dados reais.

E mais, a redução do tamanho dos lotes faz com o aprendizado seja mais barato. No modelo tradicional você é incentivado a investir R$ 100 mil para criar um produto e depois testá-lo.

Na visão da Startup Enxuta você deve investir o mínimo possível para criar um MPV, digamos R$ 1 mil, e depois incrementá-lo conforme os feedbacks dos clientes.

Portanto, no modelo tradicional você irá investir R$ 100 mil para fazer um único experimento, enquanto na Startup Enxuta você poderá investir no final os mesmos R$ 100 mil, mas terá feito centenas de experimentos.


O que você aprendeu neste artigo?

Neste artigo comparei o método tradicional e intuitivo utilizado para criação de produtos e empresas com a metodologia da Startup Enxuta.

Como você pode observar, a abordagem experimental e focado na eliminação dos desperdícios da Startup Enxuta traz uma série de vantagens em comparação com a forma tradicional, entre elas:

  • Redução do investimento de tempo e dinheiro
  • Aumento da quantidade de testes e feedbacks
  • Redução do ciclo de desenvolvimento e criação

No entanto, colocar em prática estes princípios exige disciplina. Para tornar mais claro os conceitos, no próximo artigo vou detalhar O que é desperdício na metodologia Startup Enxuta. Até lá.

Dica:

Para aprender tudo sobre como a metodologia da Startup Enxuta consulte a página Startup Enxuta. Nela eu reuni e organizei todos os conteúdos blog relacionados ao tema.


Quem é Lucas Retondo?

Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.

Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.

No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.

Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.

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