Teorias da motivação

Teorias da motivação: conheça as 6 principais linhas de pesquisas

 por Lucas Retondo – especialista em Startups


Você quer assistir uma aula rápida sobre as teorias da motivação? Então clique no player abaixo e assista o vídeo. Depois, para se aprofundar no assunto é só ler este artigo até o final.


Por que é importante conhecer as teorias da motivação?

Motivação é a força interna que orienta e mantém os nossos comportamentos em direção aos nossos objetivos.

Em outras palavras, a motivação é o que nos faz a agir, seja para fazer um lanche para acabar com a fome ou se matricular em uma faculdade para obter um diploma.

E mais, as forças internas por trás da motivação podem ser de natureza biológica, social, emocional ou cognitiva.

Ao longo da história, vários pesquisadores desenvolveram as suas teorias da motivação para tentar explicar como essas forças interagem e impulsionam as pessoas.

Porém, cada teoria individualmente tende a ter um alcance bastante limitado.

No entanto, observando as ideias-chave por trás de cada teoria, você pode entender melhor as forças internas que fazem parte da motivação como um todo.

Neste artigo vamos discutir as 6 principais linhas de pesquisa sobre motivação. Desta forma você irá conhecer as ideias-chave das teorias da motivação mais influentes. Boa leitura!

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Teoria do instinto da motivação

De acordo com as teorias do instinto, as pessoas são motivadas a se comportar de certas maneiras porque são evolutivamente programadas para isso.

Um bom exemplo disso no mundo animal é a migração sazonal. Animais migratórios não aprendem a fazer isso, é um padrão inato de comportamento, o instinto motiva estas espécies a migrarem em determinados períodos do ano.

O psicólogo William McDougall foi um dos primeiros a escrever sobre a teoria do instinto da motivação. Ele sugeriu que o comportamento instintivo era composto de três elementos essenciais: percepção, comportamento e emoção.

Ele também descreveu 18 instintos diferentes que incluíam curiosidade, instinto materno, riso, conforto, sexo e fome.

Já o psiquiatra Sigmund Freud usou uma visão ampla da motivação e sugeriu que o comportamento humano era impulsionado por duas forças principais: os instintos de vida e morte.

Por outro lado, o psicólogo William James identificou uma série de instintos que ele acreditava serem essenciais para a sobrevivência. Isso incluía coisas como medo, raiva, amor, vergonha e limpeza.

O principal problema da teoria do instinto é que ela realmente não explica o comportamento, apenas o descreve.

E mais, os instintos não podem ser facilmente observados e cientificamente testados, dado que alguns comportamentos aparecem em certos casos e indivíduos, mas não em outros.

Desta forma, na década de 1920, as teorias do instinto foram afastadas em favor de outras teorias motivacionais. Porém os psicólogos evolucionistas contemporâneos ainda estudam a influência da genética e da hereditariedade no comportamento humano.


Teoria da redução da pulsão

A teoria da motivação para redução da pulsão tornou-se popular nas décadas de 1940 e 1950 como uma forma de explicar comportamento, aprendizado e motivação.

A teoria foi criada pelo behaviorista Clark Hull e desenvolvida por seu colaborador Kenneth Spence. Segundo a teoria, a redução das pulsões é a principal força por trás da motivação.

Hull sugeriu que toda a motivação surge como resultado de necessidades biológicas e fisiológicas. Ele usou o termo pulsão para se referir ao estado de tensão ou excitação causado por essas necessidades.

Por exemplo, sede, fome e necessidade de calor são exemplos de pulsões. Estas situações criam um estado desagradável, uma tensão que precisa ser reduzida.

E para reduzir esse estado de tensão, humanos e animais buscam maneiras de atender a essas necessidades biológicas.

Por isso, tomamos uma bebida quando estamos com sede. Comemos quando estamos com fome. Colocamos uma blusa quando estamos com frio.

Embora a teoria de Hull fosse muito popular durante a metade do século XX, ela começou a cair em desuso por várias razões.

O principal problema da teoria da redução da pulsão é que os nossos comportamentos nem sempre são motivados por necessidades biológicas e fisiológicas.

Por exemplo, as pessoas costumam comer mesmo quando não estão com muita fome. Bebemos mesmo quando não estamos com sede.


Teoria de incentivo à motivação

A teoria do incentivo à motivação também começou a surgir nas décadas de 1940 e 1950, baseando-se nas teorias de pulsões estabelecidas pelo psicólogo Clark Hull.

Porém, ao invés de se concentrar em forças mais intrínsecas por trás da motivação. A teoria do incentivo propõe que as pessoas sejam atraídas a comportamentos que as levem a recompensas ou afastem elas de situações que possam levar a consequências negativas.

Você pode facilmente pensar em muitas situações diferentes em que seu comportamento foi diretamente influenciado pela promessa de uma recompensa ou punição.

Desta forma, a teoria afirma que os incentivos podem ser usados para levar as pessoas a manifestarem certos comportamentos, mas também podem ser usados para fazer as pessoas pararem de executar determinadas ações.

Porém, os incentivos só se tornam poderosos se o indivíduo coloca importância na recompensa.

E mais, todos os fatores fisiológicos, sociais e cognitivos podem desempenhar um papel nos incentivos que você considera motivadores.

Por exemplo, é mais provável que você se sinta motivado pela comida quando estiver com fome versus quando estiver com o estomago cheio.

Ainda segundo o autor Stephen L. Franzoi, o valor de um incentivo pode mudar com o tempo e em diferentes situações.


Teoria da excitação da motivação

Já a teoria da excitação da motivação diz que cada pessoa tem um nível de excitação único e ideal. Ou seja, segundo esta teoria nós somos motivados a realizar ações que nos ajudam a manter um equilíbrio ideal.

Por exemplo, quando nos tornamos excessivamente excitados, procuramos atividades calmantes que ajudam a nos acalmar e relaxar como ler um livro, tomar um banho, meditar etc.

Por outro lado, se ficarmos entediados, vamos em busca de atividades mais revigorantes que nos energizem e nos despertem como: atividade física, sair com amigos, tentar algo novo etc.

Portanto, para a teoria da excitação nós estamos sempre procurando encontrar o equilíbrio certo, mas esse equilíbrio é exclusivo de cada indivíduo.

Segundo os pesquisadores, existem muitos fatores que podem influenciar os níveis ideais de excitação de cada pessoa, incluindo genética, experiência e fatores ambientais.

E mais, uma das afirmações da teoria da excitação da motivação é que nossos níveis de excitação podem influenciar nosso desempenho.

Às vezes, níveis mais altos de excitação podem nos ajudar a ter um desempenho melhor, mas também podem prejudicar o desempenho se os níveis de excitação forem muito altos.

Por exemplo, se você estiver executando uma tarefa complexa, níveis altos ou baixos de excitação o afetarão mais do que se você estivesse fazendo algo simples.


Teoria humanística da motivação

As teorias humanísticas da motivação surgiram nas décadas de 1950 e 1960 para fornecer alternativas às teorias anteriores.

Para os humanísticos, a motivação é baseada na ideia de que as pessoas têm fortes razões cognitivas para realizar as suas ações.

Dentre as várias teorias, a mais famosa é a hierarquia de necessidades de Abraham Maslow, que apresenta cinco grupos de fatores motivacionais com diferentes níveis.

Segundo Maslow, primeiro as pessoas são motivadas a atender às suas necessidades biológicas básicas de alimentação e abrigo, bem como as de segurança, amor e estima.

Uma vez atendidas as necessidades de nível inferior, o principal motivador se torna a necessidade de auto realização ou o desejo de realizar o seu potencial individual.

Além da teoria de Maslow, existem diversas outras teorias famosas baseadas neste conceito, as mais conhecidas são: motivadores e fatores de higiene de Herzberg, teoria da motivação humana de McClelland e a teoria do ERG de Alderfer.


Teoria da expectativa da motivação

Já a teoria da expectativa da motivação sugere que: quando estamos pensando no futuro, formulamos diferentes expectativas sobre o que achamos que vai acontecer.

E quando prevemos que haverá um resultado positivo e acreditamos que somos capazes de tornar realidade esse futuro possível, nos tornamos motivados a buscar esses resultados prováveis.

A teoria da expectativa propõe que as motivações consistem em três elementos-chave: valência, instrumentalidade e expectativa.

A valência refere-se ao valor que as pessoas atribuem ao resultado potencial. Coisas que parecem improváveis de produzir benefícios pessoais têm uma baixa valência.

Enquanto aqueles resultados possíveis que oferecem recompensas pessoais imediatas ou de alto valor têm uma valência mais alta.

Já a instrumentalidade refere-se ao fato de as pessoas acreditarem que têm um papel a desempenhar no resultado previsto.

Se o evento futuro parecer aleatório ou fora do controle do indivíduo, as pessoas se sentirão menos motivadas a seguir esse curso de ação.

Por outro lado, se o indivíduo acredita o seu desempenho tem um papel importante no sucesso do empreendimento, ele se sentirá mais instrumentalizado e motivado no processo.

E por fim a expectativa, que é a crença de que se tem a capacidade para produzir o resultado esperado.

Quando as pessoas sentem que não têm as habilidades ou os conhecimentos necessários para alcançar o resultado desejado, elas ficam menos motivadas a tentar.

Já, quando as pessoas se sentem capazes, elas têm maior probabilidade de tentar alcançar esse objetivo. Logo estão mais motivadas.


Conclusão sobre as teorias de motivação

Embora nenhuma teoria possa explicar complemente toda a motivação humana. Conhecer as teorias nos ajuda a ter uma maior compreensão das forças que nos levam a agir.

E mais, ao conhecer as teorias obtemos ideias de quais ações nós podemos prover junto com a nossa equipe para manter um alto nível de motivação.

Sabemos ainda que existem muitas forças internas diferentes que interagem para motivar o comportamento humano e tentar criar um modelo que expresse todas essas forças é impossível.

Porém, graças as teorias da motivação, podemos afirmar também que a motivação é influenciada pelo ambiente externo, ou seja, somos sim capazes de aumentar a motivação dos nossos liderados.

E parabéns, se você chegou até aqui, você está no caminho certo. Uma das competências mais importantes de um líder é aprender continuamente.

Não esqueça de deixar as suas dúvidas e sugestões nos comentários. Eu quero muito saber o que você achou deste artigo.

Muito obrigado e até a próxima.

Dica:

Para aprender mais sobre como motivar as pessoas consulte a página trabalha em equipe. Nela nos organizamos todos os conteúdos blog relacionados a motivação.


Quem é Lucas Retondo?

Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.

Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.

No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.

Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.

2 comentários sobre “Teorias da motivação: conheça as 6 principais linhas de pesquisas

  1. A teoria da motivação pode ter diversas variações, sendo que nenhuma precisa ter necessariamente ligação com outra, mas também pode sim ter várias ligações umas com as outras, como por exemplo, quando somos motivados pelo nosso próprio caráter não fará ligação como quando somos motivados por fatores biológicos e instintivos, cada ser humano podendo até mesmo pertencer ao mesmo grupo pode ser motivado por uma coisa muitas vezes diferente de todos outros integrantes desse mesmo grupo, e ainda tendo em base que não necessariamente, tal pessoa precisa ser motivado por um fator que faça uma co-relação com as motivações de todos os integrantes do grupo, e ainda sim fazendo total motivação na concepção do mesmo

    o trabalho em equipe promove a troca de ideias, estimula a criatividade e fortalece o senso de comunidade e pertencimento. Quando os membros da equipe estão alinhados em relação aos objetivos e valores, é possível alcançar resultados significativos e superar obstáculos com mais eficiência.No entanto, é importante que haja comunicação clara, respeito mútuo e um ambiente que valorize as contribuições individuais. A diversidade de perspectivas e habilidades dentro de uma equipe pode ser uma fonte poderosa de inovação e crescimento, desde que seja gerenciada de forma colaborativa e inclusiva.

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