Liderança Situacional Capa

Liderança Situacional: o que é e quais as suas vantagens e desvantagens?

 por Lucas Retondo – especialista em Startups


Você quer assistir uma aula rápida sobre liderança situacional? Então clique no player abaixo e assista o vídeo. Depois, para se aprofundar no assunto é só ler este artigo até o final.


O que é liderança situacional?

O principal conceito da liderança situacional se baseia na percepção de que o melhor estilo de liderança depende da situação.

Esta teoria sobre liderança foi introduzida pela primeira vez por Blanchard e Hersey no livro “Management of Organizational Behavior – Utilizing Human Resources” em 1969. Inicialmente eles chamavam este modelo de “Teoria do Ciclo de Vida da Liderança”.

Nesse livro, Blanchard e Hersey argumentam que não há um estilo de liderança correto para qualquer situação. Para eles, a liderança é determinada pelas características pessoais do líder, pelas características de seus subordinados e pela situação em que a liderança está ocorrendo.

Abordagem Liderança Situacional

Ao longo da década de 1970, Blanchard e Hersey continuaram trabalhando juntos no desenvolvimento da liderança situacional.

Porém, no início de 1980 eles se separaram, Ken Blanchard publicou um novo livro sobre liderançaThe New One Minute Manager” onde sugeriu que os funcionários das organizações passam por um ciclo de desenvolvimento. Apesar das novas nomenclaturas, este modelo é muito semelhante ao anterior.

Já Paul Hersey publicou o livro “The Situational Leader”, criou um Centro de Estudos sobre Liderança e começou a fornecer treinamentos em liderança situacional.

Além de Blanchard e Hersey, muitos outros pesquisadores contribuíram no avanço do conceito de liderança contingencial com novos pensamentos e tipos de liderança.

Entre eles, o de maior destaque é Daniel Goleman com os 6 estilos de liderança emocional. Em seu artigo “Leadership That Gets Results” ele afirma que a liderança não costuma ser eficaz se a mesma abordagem for aplicada em todas as situações.

Neste artigo vou examinar as características, vantagens e desvantagens da liderança situacional segundo a teria de Blanchard e Hersey revisada. Vamos lá?

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Quais as características da liderança situacional?

O modelo de liderança situacional considera 3 elementos chaves, sendo eles: estilos de liderança, o nível de prontidão dos subordinados e os modelos de desenvolvimento.

Vamos aprender mais sobre cada um deles?

Estilos de liderança

Em sua teoria, Hersey e Blanchard definiram 4 estilos básicos de liderança associados ao modelo de liderança situacional, sendo eles: direcionador, orientador, apoiador e delegador.

Direcionador

Como o nome sugere, esse estilo de liderança refere-se ao papel da liderança autocrática, na qual o líder diz aos subordinados o que fazer.

Além da passar a direção, o líder também é responsável por explicar como fazer as tarefas devem ser feitas.

Orientador

Este segundo estilo de liderança é ligeiramente mais democrático que o anterior. Neste tipo de abordagem há troca de informações entre o líder e os subordinados.

O líder no papel de orientador tem como objetivo “vender” a ideia e a mensagem aos subordinados e levá-los a participar do processo e das tarefas.

Apoiador

Já o terceiro tipo de líder é bem parecido com a abordagem da liderança democrática, pois neste caso o líder envolve os subordinados na tomada de decisão.

Neste papel as instruções do líder sãos limitadas e os subordinados têm um papel ativo na tomada de decisões e no direcionamento de como as tarefas são executadas.

Delegador

Por último, Hersey e Blanchard identificaram o estilo de liderança delegador, que é muito similar a abordagem da liderança liberal.

Nesta abordagem, o líder tem pouco envolvimento nas tomadas de decisões, permitindo que os subordinados decidam e assumam a maior parte da responsabilidade.

Nível de prontidão dos subordinados

Além dos estilos de liderança, o modelo de liderança situacional também considera 4 diferentes níveis de prontidão dos subordinados.

Estes níveis são determinados conforme a maturidade e disposição das pessoas para executar as atividades.

Nível 1

Os subordinados não têm o conhecimento ou as habilidades necessárias para executar a atividade proposta.

Por não terem todas as competências para executar as tarefas, estes subordinados geralmente têm pouca autoconfiança e disposição a assumir a responsabilidade pela tarefa. Porém eles normalmente estão altamente motivados.

Nível 2

Neste nível, os subordinados têm condições de executar as tarefas, apesar de não possuírem todo o conhecimento ou as habilidades necessárias.

Porém, geralmente nesta situação, a motivação dos subordinados é baixa, pois eles já adquiriram parte das habilidades, mas ainda necessitam de apoio para concluir as tarefas.

Nível 3

Já no nível 3, os subordinados têm o conhecimento ou as habilidades necessárias para executar o trabalho, porém eles não têm a disposição de assumir as responsabilidades pelas tarefas.

Esta situação demanda que o líder seja capaz de motivar e engajar os subordinados a assumir a responsabilidade pela execução das tarefas.

Nível 4

E finalmente no nível 4, onde os subordinados são competentes e estão dispostos a executar as tarefas e assumir as responsabilidades.

Normalmente estes subordinados têm conhecimento e experiência sobre as tarefas e estão motivados para fazer o trabalho sozinhos.

Modelos de desenvolvimento

Segundo Blanchard e Hersey, o líder eficaz é capaz de identificar o nível de prontidão do subordinado ou equipe e depois aplicar o estilo de liderança mais adequada para ajudá-los a alcançar os objetivos.

Em outras palavras, um líder situacional é ser capaz de avaliar a tarefa em questão, analisar a prontidão do subordinado para executar esta tarefa e adaptar o seu estilo de liderança a situação conforme o modelo abaixo:

Liderança Situacional Figura 1

Ao combinar o nível de prontidão com o estilo certo de liderança, o relacionamento entre líder e subordinado tendem a melhorar e produzir melhores resultados.

Vamos entender melhor como isso funciona?

Líder direcionador vs. nível 1 de prontidão

A abordagem direcionadora é de cima para baixo. Neste modelo o líder assume o controle e responsabilidade sobre o resultado e diz claramente aos subordinados o que fazer.

Como o nível 1 de prontidão é caracterizado por poucas competências e baixo comprometimento, a abordagem de direcionamento facilita a realização de tarefas e garante que a equipe saiba o que fazer.

Esse tipo de situação ocorre com frequência quando os subordinados são inexperientes ou tem baixa qualificação.

Líder orientador vs. nível 2 de prontidão

Nesta segunda combinação, orientador com nível 2 de prontidão, o líder fornece ao subordinado orientação e supervisão.

Como a maturidade do subordinado ainda não é suficiente para ele executar o trabalho sozinho, o líder deve ajudá-lo a ganhar experiência e confiança.

O estilo de liderança tende a funcionar bem em situações onde o líder é mais experiente e necessita desempenhar um papel de educador ou coaching.

Líder apoiador vs. nível 3 de prontidão

Quando o subordinado tem as habilidades necessárias para executar o trabalho, mas está com baixo comprometimento, é necessário que a abordagem do líder seja capaz de aumentar a sua confiança e motivação.

Nesta situação o papel do líder não é dizer o que fazer, mas fornecer feedback para o subordinado sobre como ele está desempenhando as suas atividades e ajudá-lo aumentar a sua motivação.

Geralmente, esta combinação ocorre em ambientes nos quais os subordinados têm experiência, mas não tem a confiança necessária para executar as tarefas e assumir as responsabilidades.

Líder delegador vs. nível 4 de prontidão

Por fim, temos a combinação do estilo de liderança delegativa com nível 4 de prontidão. Neste nível de prontidão o subordinado tem as habilidades necessárias para executar as tarefas e está motivado e compromissado.

Portanto, neste caso o papel do líder é apoiar e subordinado para garantir que o trabalho esteja ocorrendo conforme o planejamento.

Esta combinação exige que os subordinados tenham experiência e competência, por isso é mais comum em equipes mais maduras ou com pessoas qualificadas.


Quais as vantagens da liderança situacional?

As principais vantagens da liderança situacional estão relacionadas ao conceito central da teoria de que não existe um estilo de liderança melhor para todas as situações.

Vantagens Liderança Situacional

Esta premissa faz com que o líder aumente a sua visão estratégica, melhore a sua capacidade de atingir as metas e aumente a motivação e engajamento da esquipe.

Vamos explorar mais cada uma destas vantagens?

Aumento da visão estratégica

Como o estilo situacional elimina a premissa de seguir uma abordagem única em todos os momentos, o líder é obrigado a compreender a situação em torno dele de uma forma mais ampla.

Este modelo de liderança entende que as indústrias e as organizações são diferentes, e que dentro de uma equipe as pessoas podem reagir de maneira diferente às tarefas.

Assim, a estrutura situacional demanda o que líder seja capaz de avaliar as competências das pessoas e ao mesmo tempo ter clareza sobre os desafios da organização.

Esta combinação faz que os líderes situacionais desenvolvam uma visão estratégica mais ampla sobre o negócio e setor.

Aumento da motivação dos subordinados

Como o líder situacional molda a sua abordagem de acordo com o nível de prontidão e as necessidades da equipe, o ambiente de trabalho tende a ser mais confortável e motivador.

Neste modelo, o líder deve usar o estilo de liderança que mais motiva o funcionário e melhora seu desempenho.

Logo, um funcionário com pouca competência e baixa disponibilidade não se sentirá desconfortável, pois terá as orientações e incentivos dados pelo líder.

Assim como, os colaboradores com experiência e autonomia também se sentirão motivados, pois o líder neste caso irá dar liberdade e autonomia para eles executarem as tarefas.

Aumenta a capacidade de atingir metas

Para saber o nível de prontidão e as competências dos seus subordinados, o líder situacional precisa aprender mais sobre eles.

Isso faz com que o líder situacional melhore a sua capacidade de identificar conflitos e formas de aumentar a motivação dos funcionários.

Essa conscientização não é apenas benéfica para lidar com os subordinados, mas também melhora a capacidade do líder de atingir as metas organizacionais.

Pois, ao aumentar o seu nível de consciência sobre as competências da equipe, o líder melhora a sua capacidade de identificar os recursos necessários para alcançar os objetivos desejados.


Quais as desvantagens da liderança situacional?

Apesar dos seus benefícios, o modelo de liderança situacional também recebe críticas, principalmente quando os líderes têm dificuldade na identificação das melhores abordagens.

Desvantagens Liderança Situacional

Vamos analisar mais as desvantagens deste modelo?

Dificuldade na identificação do melhor estilo

A capacidade do líder de avaliar a situação e maturidade dos subordinados é um fator crucial na liderança situacional.

Quando o líder é capaz de escolher o estilo certo para a situação a tendência é que as coisas aconteçam da melhor forma possível.

Porém, quando o líder não tem esta capacidade, a essência da liderança situacional se perde e o modelo é descaracterizado.

Cria confusão dentro do grupo

A liderança situacional também tem sido criticada atualmente pela possibilidade de criar confusão e percepção de injustiças dentro das equipes.

Como o líder tem que diferenciar sua abordagem entre os membros da equipe conforme a situação. Alguns os subordinados podem ficar questionando porque não são tratados com as mesmas regras e critérios.

Outro fator que causa ressentimentos é quando o líder muda de um estilo para outro de forma repentina. Isso pode causar problemas na moral da equipe e no relacionamento do líder com os subordinados.

As mudanças no estilo de liderança também podem ser percebidas como manipuladoras e coercivas por alguns colaboradores.

Tende a priorizar o curto prazo

Como o foco do líder situacional está sempre em analisar os objetivos de curto prazo vs. os níveis de prontidão dos subordinados hoje.

Em situações extremas, o líder pode tender a enfatizar somente a estratégia de curto prazo.

Desta forma, este estilo de liderança pode negligenciar importantes objetivos de longo prazo da organização por confiar demais na estratégia e na política de curto prazo.


Como se tornar um líder situacional?

Como vimos até aqui, a principal competência de um líder situacional é saber escolher o estilo de liderança certo para cada situação.

Competências Liderança Situacional

Assim, para melhorar o seu desempenho e se tornar um líder situacional você deve aprimorar principalmente as suas habilidades em diagnosticar a equipe, analisar e distribuir as tarefas.

Vamos saber mais sobre as habilidades do líder situacional?

Sabia diagnosticar a equipe

Um líder situacional precisa entender a situação para escolher o melhor estilo de liderança.

Por isso, a primeira competência que o líder situacional deve ser especialista é a de diagnosticar as competências e nível de comprometimento dos subordinados e do grupo com um todo.

Normalmente, quanto mais ineficiente o grupo, mais o líder precisará construir um relacionamento baseado na direção e implementação de regras claras para melhorar a eficiência.

Por outro lado, em um grupo organizado e qualificado, o líder deve criar um relacionamento de apoio e mais democrático.

Para melhorar sua capacidade de diagnosticar e analisar a situação, o líder deve aprender continuamente sobre pessoas e teorias de liderança.

Analise os elementos das tarefas

Uma vez identificada as competências da equipe, o líder deve usar a sua capacidade de diagnóstico e adaptação para entender os elementos das tarefas.

O líder precisa ser capaz de identificar quais as competências necessárias para concluir cada a tarefa e seu nível de dificuldade. Com esta análise ele consegue distribuir e planejar como o grupo irá executar as tarefas.

Conhecer os elementos das tarefas também ajuda o líder a determinar se a abordagem será mais diretiva ou de suporte na hora de orientar os subordinados.

Distribua bem as tarefas

Um bom líder situacional também deve ser capaz de gerenciar e delegar os elementos das tarefas conforme os diferentes níveis de prontidão dos subordinados.

Em outras palavras, o líder deve considerar a capacidade e comprometimento de cada indivíduo de realizar as tarefas na hora de distribuir as tarefas para a equipe.

Tenha capacidade de adaptação

Um líder situacional deve ajustar seu comportamento a situação, por isso ele precisa demonstrar adaptabilidade e flexibilidade.

Para isso, o líder deve ser menos diretivo e fazer mais perguntas aos subordinados. Pedir, ouvir e aceitar perspectivas diferentes melhorará a sua capacidade de adaptação.

Tenha uma comunicação diversificada

Ter habilidades de comunicação é importante para qualquer estilo de liderança, porém na liderança situacional esta competência é ainda mais importante.

Dado que o modelo situacional exige que o líder mude de abordagem conforme a situação e maturidade do subordinado. A capacidade do líder de se comunicar de várias formas torna-se chave para o sucesso deste estilo.

O líder situacional precisa ser capaz de dominar diferentes estratégias de comunicação. Pois, em algumas situações ele precisa ter uma comunicação mais narrativa e em outras mais delegativa.

Para melhorar a suas habilidades de comunicação o líder deve dominar os conceitos básicos como: manter contato visual, ouvir ativamente e responder apropriadamente. Além de ser capaz de criar empatia, autoridade e ter clareza em sua comunicação.

Conheça ferramentas de gerenciamento

Finalmente, um líder situacional precisa ser capaz de gerenciar as atividades e ações.

Os líderes são naturalmente responsáveis por gerenciar as tarefas e quanto mais capazes de manter os pratos girando melhor eles lideram.

Porém a capacidade de gerenciar é especialmente importante na liderança situacional dado que o líder tem que constantemente reajustar sua abordagem e estilo.

Assim, o líder situacional deve ter um acervo bem completo de ferramentas de gestão para adaptar a sua abordagem de acordo com a tarefa e a prontidão dos subordinados.


Conclusão sobre a liderança situacional

A liderança situacional se tornou uma das teorias de liderança mais veneradas e grande parte do seu sucesso vem da flexibilidade da abordagem.

O modelo de liderança situacional entende que as necessidades organizacionais são diferentes e que as pessoas são únicas quando se trata de competência e comprometimento.

Porém, a abordagem flexível condicionada a situação também fornece certa ambiguidade em torno da teoria e do modelo.

Como o modelo situacional pega emprestado estilos de outras teorias, é difícil analisar sua eficácia e até mesmo entender quando um líder está sendo situacional ou não.

No entanto, entender o modelo pode ajudar todos os tipos de líderes a melhorarem sua capacidade de diagnosticar a equipe e as tarefas.

Desta forma, só ao buscar entender as necessidades de seus subordinados e compatibilizar com a complexidade das tarefas, o líder já demostra a empatia, a eficiência e a flexibilidade necessárias para a aumentar a motivação e produtividade da equipe.

E parabéns, se você chegou até aqui, você está no caminho certo. Uma das competências mais importantes de um líder é aprender continuamente.

Não esqueça de deixar as suas dúvidas e sugestões nos comentários. Eu quero muito saber o que você achou deste artigo.

Muito obrigado e até a próxima.

Dica:

Para aprender tudo sobre como liderar consulte a página liderança. Nela nos reunimos todos os conteúdos blog relacionados ao tema.


Quem é Lucas Retondo?

Sou empresário, mentor e consultor especialista em Startups. Atualmente sou sócio fundador da Startup Creator apaixonado por tecnologia e modelos de negócio inovadores.

Em 2017 larguei um emprego estável como gerente executivo em um multinacional para criar a minha primeira Startup, o PraConstruir. Desde então venho atuando na área de tecnologia e apoiando empresários de TI a criarem organizações e soluções exponenciais.

No passado atuei como consultor e executivo em diversos setores e empresas, como: Ford, Mahle, Renault, MWM, Chevrolet, Magneti Marelli, Pirelli, TIM, Tokio Marine Seguradora, Bradesco Seguros, Cosan, Mobil, Rumo Logística e Raízen.

Também possuo 5 certificações internacionais em coaching, além dos títulos de MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Para saber mais sobre o meu histórico profissional consulte o meu LinkedIn e me acompanhe no Facebook, Instagram ou YouTube.

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